Quando falamos de redução de custo de energia, logo pensamos em redução do consumo, equipamentos mais eficientes e melhoria de processos. Porém uma opção relevante é a aquisição de energia mais barata. E para isso, uma das opções é a adesão ao Mercado Livre de Energia.
O mercado de energia brasileiro está dividido em Ambiente de Contratação Regulada (ACR), também denominado Mercado Cativo, e Ambiente de Contratação Livre (ACL), também denominado Mercado Livre.
O Mercado Cativo é a opção mais tradicional de contratação de energia, na qual o consumidor adquire energia das concessionárias de distribuição. Nessa condição, as tarifas são reguladas pela ANEEL e não podem ser negociados.
Por outro lado, o Mercado Livre, como o nome diz, é uma opção regida pelo livre mercado, no qual os consumidores negociam diretamente com os geradores de energia os termos de contrato e tarifas praticadas.
Para ingressar no mercado livre como consumidor, é necessário que este se enquadre em uma das 02 categorias permitidas:
- Consumidor potencialmente livre – consumidores com demanda contratada igual ou maior que 3.000 kW. Esses podem contratar energia de qualquer fonte geradora conectada ao sistema elétrico nacional.
- Consumidor especiais – consumidores ou conjunto de consumidores com demanda contratada igual ou maior que 500 kW e inferior a 3.000 kW. Esses podem contratar energia apenas de geradores de fontes renováveis, tais como PCH, Biomassa e Eólica.
*Cada um tem suas peculiaridades e requisitos. Os parâmetros apresentados acima são simplificados.
Esse cenário de comercialização livre e direta com os geradores de energia, no médio prazo, sob o aspecto macroeconômico, pode ser entendido como uma oportunidade de alavancagem da competitividade da indústria nacional através da redução dos custos com energia elétrica. Para isso é necessário entender que a aquisição e negociação da tarifa de energia devem ser parte do planejamento estratégico da empresa, planejado e analisado, de forma controlada, clara e ciente da demanda prevista e consumida.
Em contrapartida, ainda sob o aspecto macroeconômico, no longo prazo, pode ser um entrave à competitividade se não forem feitos investimento no aumento da capacidade de geração e/ou redução do consumo, conforme previsto pela lei da oferta e procura em mercados não regulados.
Uma alternativa ao aumento da capacidade de geração de energia é a participação de organismos privados que buscam investir em geração a partir de fontes renováveis, o que permitiria a redução do custo da energia para o segmento de consumidores especiais, composto essencialmente por empresas de pequeno e médio porte, além do ganho evidente no que tange o impacto ambiental.
É importante destacar que no mercado livre a tarifa da energia é comercializada livremente, porém as taxas de distribuição e transmissão ainda devem ser pagas às concessionárias.
Como citado anteriormente, outro fator que pode impactar no custo da energia no mercado livre é a redução do consumo. Esse lado da balança, porém, pode ser que seja negligenciado dentro da estratégia de longo prazo das empresas consumidores, por suas ações e investimentos não serem mais viáveis financeiramente no curto prazo, devido ao custo reduzido da energia nesse momento inicial.
Por fim, entende-se que a migração do sistema cativo para o mercado livre deve ser uma tendência, principalmente para os grandes consumidores de energia (indústrias e redes de comércio), pelo benefício do menor custo da energia, apesar da complexidade e mão de obra necessária. E com a expansão desse mercado de energia, novos modelos comerciais e legislações devem surgir de maneira a incentivar a geração de energia.
E a sua indústria, faz parte do mercado livre ou cativo de energia? O que impacta na decisão entre um e outro?
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