Sistema Toyota de Produção – Introdução

Divagando sobre assuntos que poderia escrever dentro do tema Eficiência Energética, me veio à mente que poderia escrever também sobre outras formas de eficiência que não apenas energética. Me lembrei do tema do meu trabalho de graduação, lá de volta a 2011, quando comecei a estudar sobre sistemas produtivos, como o Sistema Toyota de Produção.

Por isso, tentaremos passar aqui os princípios básicos do conceito, o cerne da motivação do desenvolvimento da metodologia, sem querer entrar no mérito de técnicas e modelos mais sofisticados como o lean-six sigma.

Abordaremos os seguintes pontos, separados em posts periódicos (tentaremos manter a rotina semanal):

  • Introdução ao Sistema Toyota de Produção
  • Contexto histórico e principais pilares
  • Formas de desperdício
  • As 8 ferramentas de combate ao desperdício (aqui provavelmente separaremos em alguns posts)

Por ora, apresentaremos uma breve introdução ao Sistema Toyota de Produção.

Sistema Toyota de Produção – Introdução

O Sistema Toyota de Produção vem demonstrando historicamente se constituir em uma potente estratégia dentro da competição mercadológica. Seu objetivo central consiste em capacitar as organizações para responder com rapidez às constantes flutuações da demanda do mercado através do alcance efetivo das principais dimensões da competitividade: flexibilidade, custo, qualidade, atendimento e inovação. Dessa forma, o Sistema Toyota de Produção deve ser observado como um benchmarking fundamental no campo da Produção.

Esse Sistema de Produção é um método racional de fabricar produtos pela completa eliminação de elementos desnecessários na produção, com o propósito de reduzir custos. A ideia básica neste sistema é produzir os tipos de unidades necessárias no tempo necessário, na quantidade necessária e com a qualidade garantida, eliminando inventários intermediários e inventários de produtos acabado, retrabalhos e descarte de peças defeituosas, ou seja, eliminar qualquer processamento (espera, transporte, operação) desnecessário, que não agregue valor ao produto e absorva recursos. Ou seja, produzir mais com menos. Essa forma de produção enxuta é também denominada lean manufacturing.

Note que esse conceito é muito similar ao que apresentamos no contexto energético, porém aplicado ao ambiente fabril. Confira aqui.

Para encontrar e eliminar esses desperdícios, Shigeo Shingo (1989), em seu livro Sistema Toyota de Produção: do ponto de vista da Engenharia de Produção, como o título descreve, focado nos aspectos da Engenharia de Produção, desenvolve os conceito de Mecanismos da Função de Produção e Perdas que propõe que os sistemas de produção constituem-se em uma rede funcional de processos e operações e que essas duas formas devem ser visualizadas como dois eixos distintos e inter-relacionados e que os esforços de melhoria do processo produtivo devem estar focados no processo.

Vale lembrar que o conceito Enxuto desenvolvido pela Toyota não se aplica apenas à produção de produtos, mas também a diversas outras áreas da indústria, como marketing, contabilidade, distribuição e desenvolvimento de produto, e áreas que não estão necessariamente ligadas de forma direta a indústria de bens de consumo, como administrativa, médica, econômica, entre outras.

Apesar da metodologia e suas ferramentas terem sido apresentadas ao mundo a mais de duas décadas, ainda vemos diversas empresas que não obtiveram sucesso em sua implantação ou que não enxergam a necessidade da eliminação de desperdícios. Por isso nós acreditamos que a divulgação de informação relevante, treinamento constante e troca de experiências são ferramentas essenciais para a construção de um mundo mais sustentável, de uso consciente de recursos naturais, como materiais e energia.

No próximo post dessa série, apresentaremos um pouco do contexto histórico da época do surgimento dessa forma de trabalho e seus principais pilares. E você, tem alguma experiência, opinião ou comentário a compartilhar? Deixe uma mensagem abaixo ou entre em contato pelo nosso e-mail: contato@togawaengenharia.com.br.

Até a próxima.

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